sexta-feira, 12 de novembro de 2010

12 de Novembro de 1652

Meu nome é Benjamin Boller, sou um pirata, viajo há anos neste navio, vou contar minha história.
Eu era uma criança jogada a rua, meus pais haviam me deixado em uma casa com uma mulher gorda e feia, da qual eu não recordo o nome. Ela me obrigava a fazer tudo enquanto ela repousava suas mais de trinta camadas de barriga sobre o sofá velho da casa. Eu fugi de la, me lembro que ao sair fechei meus olhos e comecei a correr, tentando esquecer tudo e talvez alcançar o céu, que estúpido fui, uns cinco metros depois, tropecei em uma maldita pedra e cai, aquilo me fez ver que eu não conhecia nada do que era o mundo.
Eu fazia pequenos furtos e apanhava dos comerciantes todos os dias na cidade, mas era bom, de tanta pancada que eu levava, fui aprendendo a lutar, e os jovens da nobreza sofriam em minha mão, assim eu conseguia roupas e coisas legais.
Não tinha nenhuma esperança futura, até que conheci o capitão Lucio. Ele estava de passagem na cidade, e ao parar para comprar alguns barris de rum tentei rouba-lo, só eu sei como aquele soco doeu. Ele me arrastou pela orelha até o navio e me jogou no meio de todos, eu ali, levantei olhei para todos aqueles homens com barbas longas, me encarando como se quisessem ver minha alma e esmaga-la, homens grandes e sujos, que hoje chamo de professores. Tive que pedir perdão e o capitão disse que eu seria perdoado pois iria trabalhar para ele o resto da minha vida, mas o que eu tinha a perder? Pode parecer estranho, mas foi o melhor dia da minha vida.
Hoje o capitão não me manda nem mais limpar o meu próprio sapato, ele já esta velho, mas é o homem que mais admiro, é engraçado o modo como ele me pede conselhos, "Pegar aquele tesouro vai ser bom, você concorda não é?", quem sou eu pra contradize-lo? E os professores, é incrível como depois de anos, ainda aprendo tanto com eles a cada dia e vale lembrar, foram eles, piratas sujos e banidos, que me ensinaram a escrever, se eu depende-se daquela velha gorda, que hoje em dia já deve ter sido levada pelos mares, eu não saberia nada.
Durante um saque hoje, achei esse caderno velho, nas primeiras páginas haviam alguns mapas, arranquei eles, não me importam. Decidi contar aqui a minha história, não só os grandes piratas merecem seu lugar, espero que quem ler isso, entenda tudo que se passa em minha velha alma.



B.B.

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