domingo, 14 de novembro de 2010

14 de Novembro 1652

Consegui ter uma boa noite de sono, revirei um pouco ao deitar, mas o sono veio logo.
Hoje nosso navio, o qual esqueci de apresentar, o Caliba, parou em um porto aqui na frança, fomos direto beber bons e grandes copos de rum e ver belas moças, a saudade disso era grande. Bebemos e curtimos durante toda a tarde, até o início do anoitecer. Não tenho muita certeza do que escrevo, esse caderno parece sair do lugar algumas vezes, talvez seja culpa de minha falta de sobriedade.
Hoje não direi muito, já que estamos desde o nascer do sol aqui e não fizemos muitas coisas. Essa cidade é bem agradável, faz um pouco de frio agora, e creio que irá chover durante essa noite. As pessoas daqui são muito quietas até beberem uns dois, três copos cerveja ou qualquer outra dessas coisas que são servidas nas tabernas. Sim, eu reparo muito nas pessoas. Tentem me entender, passar tanto tempo no mar, me torna quase um selvagem, ver gente é muito raro.
Uma coisa que achei bem interessante foi uma das belas moças que estavam na taberna, não sei como se chama, nem de onde veio, mas ela, exatamente ela, me chamou a atenção por algo que a diferenciava das demais, o olhar. No corpo, não vi diferença, com certeza eu daria um dedo por uma noite com qualquer uma delas, mas aquele olhar, me prendeu. Ela olhava para mim e parecia ver minha alma, e mesmo sabendo a nossa fama, os piratas, ela não parecia ter medo, e isso me assusta e ao mesmo tempo me atrai. Ser grande, bruto, colocar medo e impôr respeito, facilitou muitas coisas para mim na vida, afinal, sou um pirata, mas também sou humano, também sou homem. Porém, pouco importa isso, amanhã nosso navio esta de volta ao mar e essa bela moça, ficará apenas em meus sonhos, que são poucos.
Irei fechar essa janela, pela qual entra esse vento frio, e deitar-me, espero que durma novamente bem.

B.B.

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