quarta-feira, 17 de novembro de 2010

17 de Novembro de 1652

Acordei com gritos hoje, um dos piratas do Caliba, Fellipo, me chamou avisando que tinham saqueado o nosso navio. Levantei pulando da cama, chegando ao porto estavam todos reunidos em volta do navio, perguntei ao capitão o que havia acontecido e ele com os olhos vazios e olhando para o nada, me explicou tudo. Alguns garotos haviam entrado pelo buraco no casco e pegado alguns pertences, principalmente partes grandes do tesouro do capitão. Eu juntei alguns homens e começamos a revirar a cidade atrás desses malditos. Depois de muito procurar e perguntar, encontramos um homem com algumas jóias do tesouro do capitão, levamos ele para longe dos olhos das pessoas da cidade. Ele admitiu que pagou para que os garotos pegassem o tesouro para ele, mas isso só depois de já ter sangrado muito, principalmente em minhas mãos. Levamos o homem ao capitão, que teve uma "conversinha" com ele, o tal saiu daquele quarto olhando para o chão e tomando susto com a própria sombra. Queria saber o que o capitão conversa com esses sujeitos.
Essa brincadeira de "Pega o ladrão" rendeu metade do meu dia, na outra metade, decidi procurar a bela moça outra vez. Após uma busca frustrada decidi tomar meus medicamentos, copos e copos de rum. Até que a sorte veio me procurar, a bela moça de seios fartos, por quem tanto procurei, entrou na taberna. Ela sentou-se em uma mesa no canto, perto da janela. Não haviam muitas mesas no lugar, nem ao menos muitas pessoas, apenas alguns bêbados que restavam no chão. Me levantei e fui até ela, disse "olá" esperando que ela me respondesse no mesmo ânimo, ela apenas olhou para mim e acenou com a cabeça, como se nem ao menos me conhecesse. Aquilo fez com que um nó surgisse em minha garganta, mas eu sou forte com isso. Virei a cadeira e sentei-me com os braços sobre seu apoio. Fiquei encarando-a, os olhos dela, que não pareciam mas os mesmos pelos quais eu havia me apaixonado, me mostravam um certo julgamento da parte dela. Aquele silêncio começou a me enjoar e perguntei porque ela havia ido cuidar de mim, ela ignorou minha pergunta e continuou se distraindo fazendo tranças em seu cabelo. Até que ela sorriu e acenou, mas eu estava muito perto para que aquilo fosse para mim, ao olhar para trás, vejo o homem que tinha roubado o tesouro do capitão, eu já estava exausto de bater nele. Olhei outra vez para ela e me retirei da cadeira, o homem, ainda com um dos olhos roxo, sentou-se tentando passar o mais longe possível de mim, e pra ser sincero, ele fez bem.
Pedi mais um copo de rum, voltei para meu quarto e agora irei dormir, parece que vai chover outra vez, espero que não traga mais danos ao Caliba, quero logo ir embora desde lugar.

B.B.

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